quinta-feira, 8 de outubro de 2009

William Shakespeare

Há certas horas, em que não precisamos de um Amor...
Não precisamos da paixão desmedida...
Não queremos beijo na boca...
E nem corpos a se encontrar na maciez de uma cama...

Há certas horas, que só queremos a mão no ombro, o abraço apertado ou mesmo o estar ali, quietinho, ao lado...
Sem nada dizer...

Há certas horas, quando sentimos que estamos pra chorar, que desejamos uma presença amiga, a nos ouvir paciente, a brincar com a gente, a nos fazer sorrir...

Alguém que ria de nossas piadas sem graça...
Que ache nossas tristezas as maiores do mundo...
Que nos teça elogios sem fim...
E que apesar de todas essas mentiras úteis, nos seja de uma sinceridade
inquestionável...

Que nos mande calar a boca ou nos evite um gesto impensado...
Alguém que nos possa dizer:

Acho que você está errado, mas estou do seu lado...

Ou alguém que apenas diga:

Sou seu amigo! E estou Aqui!

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Rio derrota Madrid, Chicago e Tóquio. E só o tempo dirá se realmente venceu. Escrito por : Mauro Cezar Pereira, blogueiro do ESPN.com.br

Eu não confio nos que estão à frente do projeto Olímpico Rio 2016. Os gastos, erros e absurdos cometidos antes, durante e depois dos Jogos Pan-americanos de 2007 me impedem de acreditar nessa turma. Mas depois de várias candidaturas fracassadas, a turma do COB e os políticos que embarcam na carona olímpica e toda a visibilidade por ela proporcionada aprenderam o caminho. Assim, derrotaram três cidades do chamado "Primeiro Mundo" numa final de resultado inimaginável há algum tempo.

A vitória acachapante da candidatura carioca (66 votos contra 32 de Madrid) dá ao Rio de Janeiro a chance de se reerguer como cidade, de oferecer à população as condições de vida que ela merece. Para isso, promessas terão que se tornar realidade, diferentemente de muitas das feitas antes do Pan e jamais cumpridas. E desta vez elas são ainda maiores, mais profundas e de difícil execução.

O povo do Rio, que em grande parte ainda acredita em tais promessas e nos que as fazem, tem esperança. Honestamente, não tenho. Quem acompanha este blog sabe disso. Não com essa turma que está aí. Espero me enganar e que fatos novos me convençam disso. Mas para tal será preciso manter os olhos bem abertos, como os cofres públicos deverão estar ante a sanha pela gastança dos de sempre.

Nos Jogos Pan-americanos de 2007, só em instalações esportivas, os locais das competições, foram torrados perto de R$1,080 bilhão, sendo que pouco mais de 3% oriundo da iniciativa privada, ou seja, quase 97% do dinheiro ali colocado eram oriundos do governo, em suas diferentes escalas. É óbvio que para uma Olimpíada essas cifras serão muito superiores e aqui não estão envolvidas as obras de infra-estrutura, por exemplo.

Os Jogos serão apenas daqui a sete anos, pouco tempo para aprontar tudo, mas o bastante para sair gastando, com ou sem concorrência, em nome do cumprimento dos prazos, etc. O Pan não melhorou a vida de quem mora no Rio. Quem conhece e frequenta a cidade sabe disso. Tampouco deixou algum legado esportivo digno de registro. Isso não impede um resultado diferente desta vez.

A parte mais complexa ainda está por começar, investimentos elevados precisam ser corretamente aplicados para que o maior evento esportivo do planeta melhore a tão sofrida cidade mais linda e famosa do Brasil. Difícil crer que aconteça, tendo à frente os de sempre. O Rio de Janeiro, e em consequência o Brasil, perdeu ou venceu? Só o tempo dirá.

por Mauro Cezar Pereira